Entenda porque as mães ainda sofrem preconceito no mercado de trabalho e veja dicas para acolher essas mulheres no mundo corporativo
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em março de 2021, apenas 54,6% das mães entre 25 e 49 anos, com filhos de até três anos, estavam empregadas. Quando essas mulheres são negras, o número é ainda menor – apenas 49,7%. Portanto, a verdade é que ainda existe preconceito com as mães que querem trabalhar.
Acolher essas mulheres no mercado de trabalho ainda é um desafio para as empresas e áreas de recursos humanos. Por isso, é fundamental criar iniciativas que ajudem as mulheres a investirem em sua vida profissional sem negligenciar os filhos e vice-versa.
Preconceito com mães no mercado de trabalho
Infelizmente, o preconceito com as mães no mercado de trabalho é explícito, especialmente com gestantes e mães recentes. Apesar de a legislação brasileira garantir à empregada grávida o direito à licença de 180 dias em casa, sem prejuízos ao salário e com garantia do emprego, muitas vezes isso não é levado a sério.
Outros estudos realizados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontam que metade das mães que trabalham são demitidas em até dois anos após o fim da licença- maternidade.
Especialistas reforçam que essa ainda é uma realidade porque, historicamente, responsabilidade das atividades do lar e maternidade são atribuídas às mulheres, fazendo com que elas tenham jornada dupla e sofram penalidades no mercado de trabalho.
Como acolher as mães no mercado de trabalho
A vida e o trabalho não devem ser vistos como mundos opostos entre si, mas sim, complementares. Por isso, é essencial promover e praticar estratégias de conciliação para que mães não percam seu espaço no mercado de trabalho.
Algumas estratégias são:
- licença-maternidade estendida;
- licença-paternidade;
- suporte pré e pós-maternidade (creches, auxílio-creche, auxílio-escola);
- carga horária flexível;
- trabalho home office ou híbrido;
- palestras sobre o papel do pai na criação dos filhos;
- igualdade de gênero;
- liberdade para comparecer a reuniões em escolas.
Ouvir as mulheres
Uma das principais formas de acolher as mães no mercado de trabalho é ouvindo-as . Para isso, é necessária uma mudança na cultura organizacional da empresa e colocar mais mulheres em posições de liderança.
É preciso entender que as mães têm realidades e necessidades diferentes. Por isso, é importante ouvir caso a caso para oferecer políticas de assistência para cada uma.
As mulheres precisam se sentir valorizadas e seguras, principalmente se decidirem pela maternidade, quando deverá ser acolhida e ter as leis trabalhistas respeitadas.
Políticas de flexibilidade
Desde 2016, a Lei 13.257/2016 dá aos pais e mães o direito de faltar 1(um) dia no ano para levar filhos de até 6 anos ao médico. Porém, esse número está longe do ideal, porque as crianças precisam de cuidados médicos frequentes ao longo do ano.
Por isso, ao estabelecer políticas de flexibilização de carga horária e local de trabalho, essas mães e pais têm mais liberdade para cuidar de seus filhos, uma vez que favorecem a conciliação entre vida pessoal e trabalho, sem prejuízos para a função que exercem.
Essa flexibilidade, além de ajudar em casos de consultas médicas, também facilita o comparecimento em reuniões, ou, até mesmo, quando não há aula e a mãe não tem com quem deixar os seus filhos.
Mudar os processos de seleção
Ainda existem muitos processos seletivos que punem mulheres que são mães ou desejam ter filhos no futuro.
Por isso, é preciso mudar os processos de recrutamento e seleção. Devem ser mais humanos, sem considerar o desejo de a mulher construir uma família ou não. A mulher tem o direito de conseguir sua colocação no mercado de trabalho, independentemente da maternidade.
Receber crianças no local de trabalho
Acolher crianças no escritório pode ser uma excelente iniciativa para apoiar as mães no ambiente de trabalho. Definir uma data específica para que as crianças possam participar de um “dia do expediente”, pode fazer muito bem para mães e filhos.
Esse momento de compartilhamento do local de trabalho com seus filhos é ideal para fazê-los entender que as mães fazem coisas necessárias para eles, para a família e para a sociedade quando estão longe de casa.
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Fontes consultadas:
http://www.metodista.br/rronline/mulheres-gravidas-sofrem-preconceito-no-mercado-de-trabalho
https://www.tecmundo.com.br/mercado/239511-mes-maio-precisamos-falar-maes-mercado-trabalho.htm